Lia Lopes Silva

A reflexão leva à compreensão dos fatos da vida

Textos

Em um site de perguntas e respostas, alguns indagaram: “vale a pena estudar e trabalhar tanto se, no final, terminaremos virando adubo”?

 


A mim parece que pensar assim é que faz o ser humano deixar de ser o que realmente é, deixar de evoluir para virar adubo antes da morte.

 


Pensemos bem: quando lemos obras de pensadores como Sócrates, como Platão, como Confúcio, podemos mesmo achar que eles se transformaram em adubo? Claro que não! O conhecimento faz o homem transcender sua própria época.

O que podemos achar que seria preferível: os diferentes arquitetos das pirâmides, do Partenon, do Taj Mahal os terem projetado e construído, ou ficado desde o nascimento esperando “virar adubo”?  Os palácios de Versailhes, do Kremlim, de Catarina, de Neuschwanstein, (só para citar alguns), continuaram servindo não somente para abrigar governantes, mas para gerar divisas para os países onde se localizam, pois atraem milhares de turistas todos os anos – durante séculos!

Pensar que não se deve fazer nada durante a vida porque vamos “virar adubo” é apenas uma forma egoísta de pensar, uma forma de se negar a dar sua contribuição à humanidade. Já imaginou se todos, pensando da mesma forma, se negassem a estudar, vindo a deixar uns aos outros entregues a dificuldades atrozes, que facilmente poderiam ser solucionadas se houvessem estudado, se houvessem adquirido conhecimento, mas como “iam virar adubo”...

 


É certo: quando morrermos nossos corpos serão “almoçados e jantados” por diversos vermes, mas... ainda não morremos. Por que, então, já se comportar como se fosse tão-somente um banquete para seres invertebrados? Podemos realmente achar que o mundo deveria se transformar num enorme cemitério de seres vivos, que nada realizam, só esperando a morte, que pode demorar décadas?

 


Certamente, se estamos aqui trocando idéias pela Internet, não foi porque Bill Gates pensou que era completamente inútil desenvolver suas idéias; os cientistas que desenvolvem remédios contra dor, vacinas etc, igualmente não acharam que seria um desperdício desenvolver trabalhos que consumiram meses, anos de estudos incessantes.

Felizmente, muita gente jovem, bonita, com saúde, com doutorado não pensou duas vezes em dedicar os seus melhores anos a melhorar a vida de seus semelhantes, a tentar minimizar seus sofrimentos, a solucionar seus problemas.  Sim, felizmente, se grande parte da humanidade ainda é egoísta, pelo menos alguns milhares não foram, e nos deixaram seus inventos, suas criações; muitos desenvolveram ao máximo estudos que permitiram às gerações futuras ir até ao espaço, ou explorar profundezas marinhas...

 


Se é certo que jamais seremos deuses, seres divinos, celestiais, igualmente não somos amebas. Há de se ter aí um equilíbrio na avaliação que fazemos de nós mesmos.

 


Ao contrário de se julgar tão-só um adubo, creio que o homem deveria se esforçar por fazer jus título de ser racional e desenvolver ao máximo seus atributos.

 


É o que me parece.

 

 

Lia Lopes Silva
Enviado por Lia Lopes Silva em 18/06/2008


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