![]() Eu tenho certeza de que Ele existe. Não porque professe essa ou aquela religião, porque as religiões nada têm a ver com Deus, mas com os homens - que as criam, que estabelecem dogmas, e que terminam por mais afastar o homem de Deus do que aproximá-lo Dele. Deus jamais precisou que os homens acreditassem Nele: em verdade, para Deus, isso realmente não importa, é totalmente indiferente. Vejam bem: a ciência calcula em 13 bilhões e 700 milhões de anos a idade do Universo, e em 4 bilhões de anos, a do planeta Terra. O homem existiria há cerca de 2 milhões de anos. Se assim é, Deus viveu sem que acreditássemos Nele (até porque não existíamos), por cerca de 11 bilhões e 700 milhões de anos. Será que Ele realmente precisa que acreditemos Nele? Ou somos nós que precisamos crer? Muitos homens acreditam que se existe “um deus”: “é ele próprio”. São os que também acreditam ser o “centro do Universo”... Também, durante os séculos, muitos homens têm crido num outro “único deus”: o seu próprio órgão genital. Mas a crença não ganha credibilidade porque esse é um outro “deus” falível, que adoece e que não tem poder de cura sobre si mesmo. Outros têm como deus as riquezas. Porém, essas também não demonstram poder salvador nos momentos cruciais: quantos já não foram barbaramente assassinados exatamente por causa de suas riquezas, para que todas pudessem dele ser usurpadas? Ultimamente, há os que têm no poder bélico o seu deus. Mas esse, da mesma forma, está se revelando pouco vigoroso para manter seus detentores no poder... Não é um fato fora do comum sermos enganados, desonrados por um religioso; também não é raro sermos tratados com respeito e honestidade por um ateu. Há ateus com senso humanitário muito maior, muito mais refinado e acentuado do que os religiosos. Ou seja, professar uma religião, afirmar que crê em Deus não é garantia de bom caráter, assim como não se filiar a qualquer seita ou religião igualmente não é. As pessoas não se tornam santas por declarar publicamente crer em Deus, por freqüentarem templos, nem demônios por afirmarem que não acreditam num Ser Supremo e não irem a templo algum. Proclamar aos quatro ventos que acredita em Deus não é o mais importante; aliás, nem é importante. Importante mesmo é que se viva respeitando a vida - a sua própria e a dos outros e reconhecer os direitos básicos que todos somos credores - direitos à liberdade, à uma vida digna etc. Lia Lopes Silva
Enviado por Lia Lopes Silva em 18/06/2008
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